Não que eu espere muito de você. O problema é que eu espero muito de uma situação.
E é esse o problema. Por vezes assumo coisas que não me pertencem, justamente por esperar demais. Espero que tudo seja uma cena final de um filme e quando as coisas param de sair como o roteiro, eu roubo a fala do outro e tento fazer com que aquilo volte a dar certo. E é aí que eu erro. Assumo posturas, falas, gestos que não deveriam partir de mim, e sim de você, por exemplo. Aí nosso filme fica errado. Tudo porque eu tentei consertar e fiz o seu papel. Te abracei quando não podia, ou sorri quando deveria chorar. E nessa você sempre tem o papel confortável de esperar eu dar o primeiro, segundo, terceiro passo. O erro aí é que eu dei todos os passos que eu poderia dar e mais alguns. Estou a beira do abismo. Se eu der mais um passo, eu caio. É hora de você me puxar pela minha camiseta branca favorita e dizer: Ei, agora é a minha vez. Mas você não o faz. Você de certa forma espera que eu voe e volte, e dê mais centenas de passos. E talvez eu até faça isso.. Mas não vai ser sempre assim. Por uma questão meramente de justiça. Eu não posso andar sozinha. E nessa que eu ando, eu te complico. Te envolvo sem você perceber. Às vezes nem estou dando passos, né? Às vezes eu estou dançando e no final da canção que te beija sou eu. Ou a gente se separa e toma uns martinis com outras pessoas. Só que eu sei que no final da noite, ou no início da manhã, é em mim que você vai pensar. Afinal, eu ando até você e te convido pra dançar. Tudo isso de camiseta branca que você adora e nem sabe. Nem sabe.
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